quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O bom posicionamento da mão

A amazona, pela sua posição pelicular em sela, esta sentada mais longe da boca do cavalo. Consequentemente, terá de trabalhar com rédeas mais compridas. Esta também deve montar com as mãos mais abertas, para que acções da mão esquerda não sejam prejudicadas pelos ganchos da sela e para que o stick (na mão direita) seja sempre mantido na vertical. Deverá ter os ombros descontraídos, cotovelos meio dobrados e caindo naturalmente ao longo do corpo, as mãos no alinhamento embocadura/pulso/cotovelo,  "pousadas" sobre as coxas.
Defeitos mais comuns:
Amazona fora do eixo:
Os ombros já não estão paralelos aos do cavalo, a coxa direita  demasiada avançada na sela leva a uma rotação das ancas a amazona fica torcida na sela, o que é desconfortável e ineficaz!
O que fazer: "puxar" a coxa e o ombro direito para trás, não hesitar em segurar pontualmente a cilha de equilíbrio para se assegurar do bom posicionamento.
Braços tensos:
Os cotovelos estão demasiado abertos, os braços esticados perdendo flexibilidade. Torna-se difícil acompanhar a boca do cavalo.
O que fazer: Procurar a descontracção, "sacudir" e relaxar a parte superior do corpo, deixar cair os antebraços sobre as coxas
Mãos que se atravessam:
É um clássico, também nos cavaleiros, uma das mãos que atravessa o pescoço do cavalo para o lado oposto. Tem muitas consequências, todas elas negativas: tensão desnecessária nas redes, desfavorecer a entrada dos posteriores sob a massa, "torcer" o cavalo.
O que fazer: esse defeito é frenquentemente induzido pelo desejo de mobilizar as espáduas, apenas com a ajuda da mão de fora. Convém usar as duas mãos, mantendo o afastamento inicial, e "empurrar" as espáduas mantendo sempre o contacto do stick na espádua ou antes da cilha





segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Amazonas na Golegã

Para aqueles que ainda não viram o programa da Feira do Cavalo deste ano,  a Associação Portuguesa de Amazonas irá estar presente, numa demostração no dia 11 de Novembro pelas 19h30, no largo do Arneiro.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Um cavalo dentro de casa

Todos os cavaleiros e amazonas já sentiram uma certa preguiça em sair de casa para montar, principalmente nos dias mais frios e chuvosos do Inverno. Os nossos antepassados inventaram uma solução!
O cavalo mecânico:
Podia ser encontrado nos ginásios da época em casas bem abastadas. Alguns exemplares estavam a bordo do famoso navio Titanic. O  cavalo mecânico abaixo era propriedade de uma clínica psiquiátrica, onde era usado para proporcionar exercício aos pacientes.

A sela é uma sela normal em que foram "enroscados" no vaso os dois ganchos amovíveis e reversíveis para que pudesse ser usada tanto por homens como por mulheres  tanto do lado esquerdo como direito. Infelizmente, carrega pesadas marcas infligidas pelo tempo.
Aqui está ele em acção:

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Marketing e as Amazonas I

As Amazonas sempre foram usadas como um elemento integrante de publicidades para todo o tipo de produtos.
Deste dos artigos mais obvios como selas:
Escondidas nas páginas dos jornais da época:
Botas e sapatos:
Alfaiates:

Corpetes:


domingo, 16 de outubro de 2011

Amazona contra os princípios básicos da Equitação?

Disseram-me a bem pouco tempo que a equitação em amazona ia contra todos os princípios de contacto e ligeireza. Eu poderia produzir agora mesmo um texto argumentativo, contra uma afirmação tão errada e insensata. O facto de ter uma perna de cada lado não nos torna necessariamente bons cavaleiros, com o bom contacto e coordenação de ajudas que nos permite ter um cavalo ligeiro. Uma boa Amazona é tão capaz de um bom trabalho como um cavaleiro "normal" . Mas em vez de que argumentar, prefiro mostrar:


Estão convencidos?

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Histórias para contar

Gosto de lugares antigos, casas e objectos com um passado e histórias para contar. Tenho um grande apego às tradições, a tudo o que liga o presente ao passado e define a identidade de um povo. Os objectos são um testemunho fantástico do seu proprietário. Neste caso, falarei apenas de antiguidades ligadas ao cavalo, e mais especificamente, selas de amazona. Não só pela sua forma e beleza mas também porque mais do que as selas clássicas, cada uma tem sempre um detalhe, uma particularidade que as distingue das outras. Nunca há duas iguais, mesmo quando saídas das mãos do mesmo mestre seleiro, e cada uma carrega a história da sua proprietária, depois de ter carregado e sido um veículo para a sua paixão. Simbolizam ao mesmo tempo a desigualdade e repreensão a que as mulheres foram sujeitas, mas também o seu triunfo, ao expressar a mais graciosa feminidade e elegância equestre, pois o que poderá ser mais gracioso do que uma mulher montando bem um belo cavalo em amazona? Uma objecto com um passado tão rico, torna-se imensamente valioso, é um pedaço de história que por vezes, temos a sorte de conseguir obter. Lembro-me bem do dia em que passei pela primeira vez as mãos pela minha, enquanto era assaltada por uma boa dezena de perguntas: Como seria a sua antiga proprietária? Como era usada? Onde foi fabricada? Que idade tem? Será que participou em muitos passeios, provas, ou até mesmo desfiles ou feiras? Que cavalos montava? Infelizmente, a primeira dona da minha sela galopa com os anjos, e estas perguntas permanecerão para sempre sem resposta. Mas a sela que deixou para trás continuará a ser amorosamente cuidada para poder proporcionar mais sonhos e grandes alegrias a quem teve a sorte e a perseverança suficiente para a obter.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Anti-Amazona: Onde está o erro?

Estas três selas tem várias coisas em comum. Além de serem de péssima qualidade, e extremamente mal construídas possuem uma característica que pode alertar até as menos experientes em detectar este tipo de fraude. Aqui ficam os exemplares:

Para quem não descobriu, aqui fica a resposta: a ponteira  da cilha de balanço, além de apontar para trás, em vez de para a frente, está situado do lado esquerdo, onde obviamente, não poderá exerçer a sua função de contrapeso...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Selas do mundo: Sela Mexicana


Durante o processo de fabrico

A sela de amazona mexicana chama-se "albarda charra". O vaso assemelha-se mais à de uma sela americana do que às clássicas inglesas. O assento é constituído "apenas" por uma acumulação de camadas de espuma, o que torna a sela mais leve, mas também afasta a amazona do seu cavalo. A sela mantém os três ganchos, os dois superiores "em berço", o que mantém melhor a amazona no seu lugar, o que é muito importante pois estas executam movimentos rápidos e bruscos.  Uma das particularidades destes arreios é a parecença de um estribo à direita.  Este é muitas vezes preso à cilha por uma correia para o impedir de ressaltar com o movimento.
A sela completa



terça-feira, 11 de outubro de 2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Anti-Amazona

Esta sela é um modelo barato e um exeplo do que não queremos. Gancho superior e inferior demasiado direitos, mal implantados e finos. Assento provavelmente mal equilibrado. Caso alguem lhe tente vender uma sela assim, fuja. Só lhe poderá trazer desgosto, desconforto e perda de investimento!

O salto de obstáculos


Uma vez mais a vontade em sela, a amazona pode iniciar-se ao salto de obstáculos. Para isso, não há necessidade de encurtar o estribo, as pernas devem manter a sua posição habitual. Inicialmente, convém começar por passar barras no solo para trabalhar a posição e o equilíbrio, de modo a que a cavaleira não apoie o peso no estribo. As consequências de tal habito são muitas e todas nefastas à equitação. O corpo deixa de estar no eixo do cavalo, a sela pode rodar ligeiramente e o equilíbrio ficar comprometido. Deve, em vez disso apoiar-se na sua perna direita, "empurrando" o ombro do cavalo com o tornozelo direito, sem fechar demasiado o joelho no gancho superior, pois pode levar a uma rotação do tronco para fora do eixo do cavalo. A perna esquerda deve manter a sua posição habitual junto à cilha. Algumas passadas antes do salto, a Amazona deve inclinar-se ligeiramente para a frente, a partir das ancas mantendo as costas planas. Deve pensar a acompanhar o movimento do pescoço e da cabeça com as mãos. Para segurar um cavalo um pouco fogoso, é melhor levantar um pouco a mão do que puxar as rédeas, isso apenas incomoda o cavalo que precisa de estender o pescoço para o salto. Como no trote levantado, é o movimento do cavalo que da a impulsão a amazona para se levantar na sela e acompanhar o salto. Mas para obstáculos maiores, esta poderá avançar na sela, para assegurar um equilíbrio ainda mais seguro.  
Mecanismo do salto


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O cilhão de amazona

Na época das grandes Écuyères de circo, foi criado especialmente para elas o cilhão de amazona. Este era muito usado para dar a sensação que a amazona montava sem sela.
Actualmente, os cilhoes de amazona são objectos muito raros e valiosos, muito difíceis de encontrar.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Homens em Amazona

Não é uma actividade reservada apenas a senhoras e meninas, nem do passado. Hoje em dia alguns homens dedicam -se à equitação em amazona. E porque não? Se conheçer algum, testemunhe!

Chamar as coisas pelo nome: As Amazonas e Cavaleiras

Actualmente, é comum designar uma cavaleira escarranchada de amazona. Este habito, é para mim desagradável pois é a usurpação de um termo que nos pertence por direito! A Amazona é uma forma completamente diferente de montar com todas as características que a tornam única. Por isso mesmo, discordo plenamente que seja empregue para designar uma cavaleira escarranchada.  Além disso, não poderia ser mais falso e errado,  pois o feminino de cavaleiro é cavaleira. É o termo correcto para designar a mulher que monta a cavalo. O termo amazona era antigamente utilizado como feminino de cavaleiro, mas para designar a senhora que montava a cavalo, com as duas pernas sobre o lado esquerdo do mesmo, com uma saia comprida. Pois na altura, não era permitido que uma senhora montasse a cavalo de outra forma. Ou seja, qualquer mulher que montasse a cavalo, era automaticamente uma amazona. Esse termo deriva do traje inicialmente usado para montar, que era chamado de amazona. Com o passar do tempo,o traje modificou-se e desapareceu, o nome passou a designar a mulher a cavalo. O tempo trouxe também a liberdade de escolha sobre a forma de equitação praticada pelas mulheres assim, actualmente utiliza-se o termo cavaleira para designar a mulher que monta a cavalo escarranchada, mas o termo amazona apenas deve ser usado quando se pretende referir uma senhora que monta a cavalo com as duas pernas sobre o lado esquerdo do mesmo.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Curiosidade Histórica: Conselhos para o bem estar e elegância

Antigamente, existia um saber trajar em todas as situações, regulado por vários códigos que eram escrupulosamente respeitados. Seguem-se algumas recomendações de bem estar e elegância extraídas do livro "Conselhos sobre  passeios a cavalo acompanhados por uma senhora" de L.Barbaroux publicado em Lausanne em 1864:
  • Uma amazona deve ter sempre o cabelo bem apanhado
  • O chapéu deve estar preso atrás da cabeça com uma fita, para evitar que este se solte com o vento ou o andamento
  • O uso do véu nunca deve comprometer a posição e a visão
  • Os brincos devem ser pequenos e discretos
  • O corpete deve ser curto, com a borda inferior arredondada
  • As mangas do casaco devem ser justas ao pulso, para que, no acto de desmontar estas não se prendam à sela
  • Aconselho o uso de um calção da mesma cor por baixo da saia, em vez do saiote. Deste modo a amazona estará mais sólida e confortável a cavalo
  • O uso de botins é preferíveis ao de sapatos
  • Coloque chumbos na bainha da saia, unicamente do lado esquerdo
  • Não se deve usar anéis na mão esquerda
  • Caso se monte "a inglesa" o estribo de homem é preferível ao estribo em forma de chinelo
  • Antes de por uma senhora em sela, o seu acompanhante deve verificar que o cavalo está correctamente aparelhado, e as cilhas convenientemente apertadas.
  • Caso fique muito tempo a cavalo, verifique se as cilhas continuam bem apertadas
 Os concelhos acima descritos são o fruto de uma experiência de doze anos. Orgulho-me que os meus alunos aos quais foi proporcionado o prazer de acompanhar uma senhora a cavalo poderão julgar da sua eficiência.

sábado, 1 de outubro de 2011

Selas do mundo: Sela Vaquera

Tipicamente usada em Espanha, a sela vaquera amazona é directamente inspirada do modelo "masculino" . Nascida da necessidade para as senhoras, de assistirem às feiras e romarias, este tipo de sela está mais adaptado à tradição e traje Espanhol do que a inglesa. Actualmente, existem muitos modelos à venda por preços bastante baixos. Mais uma vez, atenção! Pois a grande maioria não passam de selas "normais" vaqueras nas quais foram enroscados dois ganchos. Estas não reunen as condições necessárias de segurança e conforto para uma boa equitação. Seguem imagens de uma boa sela de amazona vaquera


Agora sem "roupa":





E comparativamente, um modelo barato e pouco adequado:

Estribos e loros de segurança

Tendencialmente, as quedas em Amazona são mais raras, mas tendem a ser mais violentas. A maior fonte de perigo está em ficar presa pelo estribo, o que ainda é mais grave caso fique suspensa do lado direito do cavalo. É indispensável que a amazona use sempre estribo de segurança, ou, ainda mais conveniente, um loro de segurança. Inventados por mestres seleiros ingleses, consistem num sistema "inteligente" que liberta o loro da sela em caso de queda da Amazona. Todos os modelos estão bem concebidos e são muito eficazes. O seu único inconveniente pode residir na sua raridade, ou seja na dificuldade de encontrar o loro que lhe é adaptado, caso este, por alguma razão, não seja vendido com a sela.


Sistema inventado pela casa Champion&Wilton, a esquerda fechado, à direita aberto

Sistema usado pela casa Owen à esquerda fechado, à direita aberto


Sistema utilizado pela casa Martin&Martin
 

Sistema de segurança usado pela casa Mayhews

Embora a invenção destes sistemas seja atribuida a certos seleiros, podem ser encontrados em selas de outras casas, tendo sido copiados por outros fabricantes. Quanto aos estribos de segurança para amazonas, existem vários tipos


Estibo tipo Scott

Estribo de segurança basculante




Estribo de segurança Lachtford