sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Histórias para contar

Gosto de lugares antigos, casas e objectos com um passado e histórias para contar. Tenho um grande apego às tradições, a tudo o que liga o presente ao passado e define a identidade de um povo. Os objectos são um testemunho fantástico do seu proprietário. Neste caso, falarei apenas de antiguidades ligadas ao cavalo, e mais especificamente, selas de amazona. Não só pela sua forma e beleza mas também porque mais do que as selas clássicas, cada uma tem sempre um detalhe, uma particularidade que as distingue das outras. Nunca há duas iguais, mesmo quando saídas das mãos do mesmo mestre seleiro, e cada uma carrega a história da sua proprietária, depois de ter carregado e sido um veículo para a sua paixão. Simbolizam ao mesmo tempo a desigualdade e repreensão a que as mulheres foram sujeitas, mas também o seu triunfo, ao expressar a mais graciosa feminidade e elegância equestre, pois o que poderá ser mais gracioso do que uma mulher montando bem um belo cavalo em amazona? Uma objecto com um passado tão rico, torna-se imensamente valioso, é um pedaço de história que por vezes, temos a sorte de conseguir obter. Lembro-me bem do dia em que passei pela primeira vez as mãos pela minha, enquanto era assaltada por uma boa dezena de perguntas: Como seria a sua antiga proprietária? Como era usada? Onde foi fabricada? Que idade tem? Será que participou em muitos passeios, provas, ou até mesmo desfiles ou feiras? Que cavalos montava? Infelizmente, a primeira dona da minha sela galopa com os anjos, e estas perguntas permanecerão para sempre sem resposta. Mas a sela que deixou para trás continuará a ser amorosamente cuidada para poder proporcionar mais sonhos e grandes alegrias a quem teve a sorte e a perseverança suficiente para a obter.

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