segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O trote levantado

Em Amazona, é muito mais confortável e comum trotar sentado que levantado. Esta técnica, apesar de destabilizante e cansativa para principiantes, é útil quando por exemplo surge a necessidade de percorrer longas distancias num trote mais activo, pois irá permitir o "descanso" da amazona, e irá ajudar o cavalo no seu esforço.  Além disso, é um excelente exercício para reforçar o equilíbrio e musculatura , e preparar a amazona para o salto de obstáculos .  A técnica consiste em aproveitar a impulsão dada pelo cavalo para, com o apoio exclusivo da perna direita, levantar o corpo da sela, tal como na equitação normal. O movimento é basculado, como se tentasse enterrar o joelho no garrote, e puxando para si o gancho superior. O tronco deve inclinar-se ligeiramente para a frente, ombro esquerdo a apontar em direcção da orelha direita do cavalo, e ombro direito bem puxado para trás. As costas devem estar perfeitamente direitas. A amazona deve sentar-se no meio da sela, primeiro sobre a coxa direita, mantendo-se perfeitamente aprumada. O objectivo é obter a posição mais repousante possível para a Amazona e o cavalo, aquela que exigirá menos esforço possível. A perna esquerda não tem nenhum papel no mecanismo do trote levantado. Aconselha-se até que, durante a aprendizagem do mesmo, a amazona descalce o estribo, para não ter a tentação de se apoiar no mesmo.  Pois este mau hábito tem como consequência desequilibrar a amazona para a esquerda, levando a uma rotação da sela, o que pode levar a pontos de compressão a nível do garrote do cavalo, causando dor e potencialmente lesões.

sábado, 24 de setembro de 2011

O porque da posição para a esquerda

A Rainha Alexandra
Existem poucas informações sobre a razão pela qual as amazonas montam com as pernas  para o lado esquerdo. Uma das pistas perde-se nos primódios da equitação em amazona pelo o facto que, para uma senhora dexta, seria mais fácil segurar a crineira, e mais tarde manejar as rédeas e o stick com a mão direita se as pernas penderem para o lado esquerdo. A outra razão reside no facto que as senhoras eram frequentemente acompanhadas por um homem a pé. Caso este se colocasse à sua esquerda, para não embater nas pernas da sua senhora, a espada usada sobre o flanco esquerdo, iria encontrar-se entre ele  e a amazona. Incomodando-o caso este tivesse de a socorrer (na época o tipo de selas usadas não era muito seguras). Com a amazona colocada com as pernas à esquerda, e o homem à direita, já não existia qualquer problema.
Desde então, as selas para a direita (off side) foram pouco fabricadas, eram usadas por amazonas com problemas físicos. Assim, a Rainha Alexandra, esposa de Eduardo VI,I montava para o lado direito após um accidente que lhe incapacitou o uso do joelho direito.  Numa crença que surgiu na época Victoriana, nasce a exepção que confirma a regra. Considerava-se que as meninas  deveriam alternar o lado para o qual montavam, para favorecer um crescimento harmonioso e desenvolvimento simétrico. Para satifazer essa necessidade, foram criadas selas reversíveis, em que os ganchos se desenroscavam completamente, permitindo assim alternar a posiçao para a esquerda ou direita. Encontram-se tambem algumas selas para a direita em circos. Estas eram usadas para realizar números "em espelho" em que uma amazona montava com as pernas para a direita e outra para a esquerda.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O uso correcto do stick

Para facilitar o uso do stick, a amazona pode colocar o polegar na vertical no seu topo e usá-lo como uma alavanca para efectuar as diferentes acções de "pernas"

Posições básicas do stick:
1-à cilha, posição de impulsão
2- à frente da cilha, para actuar sobre as espáduas
3-atrás da cilha, para actuar sobre as ancas













A incurvação
Para a direita:
Rédea de abertura à direita
A perna esquerda "segura" as ancas, impedindo-as de derrapar
O stick mantém-se junto a cilha (posição 1)
Nesta situação, não se deve temer uma abertura exagerada a rédea de abertura, o facto de dobrar o pulso poderá apenas acentuar o contacto do stick com o cavalo, para o "vergar" mais eficazmente.















Para a esquerda:
Rédea de abertura esquerda
A perna esquerda à cilha
O stick controla as ancas (posição 3) Deve ter-se em atenção não recuar o stick para trás da cilha de equilíbrio. Nesta posição ele apenas irá fazer cócegas na garupa, perdendo a sua utilidade.











Saída a galope para a mão direita:
Rédea de apoio direita
Perna esquerda atrás da cilha
Stick em posição de impulsão (posição 2)



Saída a galope para a mão esquerda
Rédea de apoio esquerda
Perna direita a cilha (calcanhar descido)
Stick recuado atrás da cilha (posição 3)


Os sticks

A amazona, privada da sua perna direita necessita sempre de um stick para actuar no seu lugar. Existem vários tipos, de rigidez e comprimento variado, como por exemplo
  • O stick de Dressage: É frequentemente a primeira compra da amazona principiante, mas com o avançar do treino, este torna-se frequentemente demasiadado comprido, e sobretudo demasiado flexível para ser realmente eficaz. Se a mão não está fixa, tem tendência em balançar (no trote por exemplo) e devido à sua grande flexibilidade, é difícil de obter uma acção eficiente para as incurvações.
  • O stick de obstáculos: é mais rígido, mas também mais curto. Para o usar eficazmente, é necessário um cavalo bem ensinado, ou educado a responder ao peso do corpo, pois a amazona pode apenas agir com toques curtos e pouco afastadas da mão.


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  • A vara de marmeleiro: é muito usada em Portugal para um trabalho diário. Em amazona, esta canaliza melhor o cavalo, devido a sua maior rigidez, e cumpre perfeitamente o seu papel de "perna direita". Em contra partida, é necessário mais tacto na sua utilização.





  • O traje da amazona no dia à dia

    Para o trabalho diário, a amazona pode usar calças de montar tradicionais, mas o que diferencia a amazona da cavaleira  e faz de certa forma, a sua imagem de marca, senão a saia? Claro que não é necessário usar um traje de gala ou tradicional sempre que se treina, mas na minha opinião, é sempre mais elegante e de bom tom ver uma amazona montar de saia. Para responder aos imperativos do dia a dia, existem vários modelos práticos e elegantes. Entre eles o modelo usado pelas amazonas inglesas, composto apenas pela parte dianteira de uma saia, a parte de trás, bem mais curta, forma uma espécie de cinto largo que esconde as ancas e coxa direita da amazona. O modelo fecha com botões, de modo que é possível abri-lo completamente. Tem ainda um elástico na parte do tecido que fica sobre o tornozelo direito da amazona, para fixar-lo de forma a que a saia fique no sítio, mesmo em caso de vento ou andamentos mais rápidos.Com este tipo de saia, a amazona permanece sentada directamente na sela, e não sobre o tecido. É também fácil de vestir, mesmo em sela, visto que se abre completamente. A sua contra partida, é ser francamente inestético a pé, mesmo com o seu sistema de botões que o fecha completamente... 



    Existe ainda outro modelo de saia mais clássica, com um maior comprimento à frente de modo a que em sela, não se veja o pé direito. Possui outras particularidades, tais como uma abertura de segurança atrás, para que em caso de queda a amazona não fique presa à sela pela saia, e um pequeno "bolso" à frente, no qual se encaixa o joelho quando se está em sela.


    Pode também montar-se com outro tipo de saias, não específicas à este tipo de equitação consoante o gosto da amazona. Desde que estas sejam suficientemente compridas e amplas para serem agradáveis de usar.

    quinta-feira, 22 de setembro de 2011

    Em sela! : Como montar

    Qualquer tipo de cavalo pode ser montado em amazona, mas tem de responder a um imperativo: deve ficar perfeitamente imóvel na altura de montar, pois para montar em amazona, é indispensável a ajuda de uma terceira pessoa ou de um objecto que possa ser usado como promontório, um banco, cadeira, degraus de uma escadaria... E porque? Porque o estribo se encontra muito mais alto, e o facto de se apoiar nele, além de ser desagrádavel e prejudicial ao cavalo, pode levar à rotação da sela para a esquerda. O que tem consequências mais graves do que para um cavaleiro que monta de forma "normal".
    
    
    Caso a amazona monte sozinha, elege o promontório que lhe parece mais adequado, monta normalmente, com as rédeas e o stick na mão esquerda, apoiando-se sempre no gancho superior, e senta-se escarranchada na sela. Depois passa a perna direita por cima do pescoço do cavalo para se colocar em amazona. Esta deve ter o cuidado de não rodar a bacia durante a passagem da perna por cima do pescoço...
    
    Imagens extraidas do livro "Monter en Amazone" de Mme Cabaut
    
    Caso tenha ajuda, pode proceder da seguinte forma: a amazona põem o pé direito nas mãos do ajudante, com as rédeas na mão direita e a mão esquerda pousada no ombro do ajudante. Dá a chamada e impulsiona-se para cima, ficará sentada na sela com as duas pernas pendentes para o lado esquerdo. Deve depois passar a perna direita sobre o gancho, calçar o estribo e pegar no stick oferecido pelo ajudante.
    Este médoto é bastante prático quando se monta com uma saia que não possua nenhum recorte de segurança, pois evita que se tenha de a levantar completamente acima da cintura, o que dificulta muito o seu arranjo uma vez sentada em sela.

    



    

    
    

    À falta de cavalo II

    Sabia que inicialmente as senhoras tinham de andar de bicicleta sentadas em amazona? Bem, enquanto estou sem cavalo, acho que vou começar a treinar..

    Em sela! : O galope

    Pequena revisão teórica do andamento:
    O galope é um andamento a três tempos assimétrico, pois o cavalo tanto pode galopar à mão esquerda como à direita, os membros direitos e esquerdos efectuanto movimentos distintos, para cada mão de galope. É um andamento saltado porque as seguir a uma passada de galope, o cavalo encontra-se suspenso, sem nenhum membro apoiado no chão. A qualidade do galope avalia-se pela regularidade, elasticidade, impulsão e equilíbrio do conjunto. Distinguem-se várias variantes deste andamento:
    • O galope de trabalho: neste andamento, um cavalo ainda não treinado e pronto para os andamentos concentrados apresenta-se na mão, activo, com passadas ligeiras, equilibradas e cadenciadas com o pós mão activo.
    • O galope médio: o cavalo avança francamente,impulsionado, alargando as passadas e conservando o seu equilíbrio. Ocorre uma ligeira descida do pescoço e um avanço da cabeça para além da vertical, que deve ser acompanhado pela mão da amazona.
    • O galope largo: o cavalo deve alongar as passadas, cobrindo o máximo de terreno sem perder o equilíbrio, ritmo e calma, graças a uma maior impulsão. A mão da amazona deve acompanhar o alongamento do pescoço e avanço da cabeça.
    • O galope concentrado: O cavalo desloca-se na mão, com o pescoço elevado e arredondado a nuca no ponto mais alto. A ligeireza das espáduas é provocada por uma maior impulsão e entrada dos posteriores debaixo da massa. As passadas são mais curtas, o cavalo torna-se mais ligeiro e manejável.
    A saída a galope pode ser feita por perda, ou ganho de equilíbrio. Na primeira opção, o galope é voluntariamente tomado acelerando o trote até que o cavalo "caia" no galope, estando todo o seu peso nas espáduas. Um cavalo (e amazona!) de treino mais avançado tomarão o galope por ganho de equilíbrio. A partir do parado, passo , ou trote. O peso do corpo é transferido para o pós-mão para de seguida propulsar-se para o galope, mantendo o equilíbrio.
    O galope, andamento basculado, é seguido com mais facilidade pela amazona. Todo o corpo do cavalo baloiça, para trás e para a frente em cada passada um pouco como um cavalo de baloiço. Para se ligar a este movimento, a amazona deve baloiçar com o cavalo, acompanhado com o rim cada passada. O trabalho do rim é facilitado quando se monta em amazona, pois toda a parte da bacia e pernas estão aderentes à sela, fazem parte do cavalo. Tudo o que está acima da cintura da amazona pertence-lhe e permanece direito, sem oscilar, acompanhando com flexibilidade os andamentos. É tudo uma questão de bom assento e abdominais. Efectivamente, a equitação em amazona é mais "tónica" do que a "normal". A amazona aparece sentada confortavelmente sentada, pernas descontraídas, uma sobre a sela, outra apoiada pelo estribo. Mas na prática, nada poderia ser mais falso. A amazona depende da sua capacidade a seguir e acompanhar todos os movimentos do cavalo, e para isso necessita de bons abdominais e músculos dorsais. Enquanto estes não sejam eficazes, não pode haver amazona eficaz!

     
     

    quarta-feira, 21 de setembro de 2011

    Em sela! : O trote

    Pequena revisão teórica do andamento:
    O trote é um andamento a dois tempos separados por um tempo de suspensão. O cavalo progride por bípedes diagonais associados ou seja, com o apoio de anterior e o posterior do lado oposto. A velocidade média atingida por um cavalo a trote está compreendida entre os 13 e 15km/h.
    Tem as seguintes variantes:
    • O trote de trabalho: é a variante intermédia entre o trote concentrado e o trote médio. É o trote de um cavalo no início do treino, que ainda deve aprender a concentração. Este deve ser activo e equilibrado. O pós-mão activo, as passadas iguais e elásticas.
    • O trote médio: é a variante intermédia entre o trote de trabalho e o trote largo, mais elevado e redondo que este. Há um alongamento moderado das passadas com uma nítida actividade do pós-mão. A cabeça está colocada à frente da vertical, e há uma descida da cabeça e do pescoço que deve ser acompanhada pela mão da amazona. O movimento deve ser regular, equilibrado e fácil.
    • O trote largo: é nesta variante que o cavalo cobre o máximo terreno, conservando a cadência e alargando as passadas, graças a uma maior impulsão. A amazona deve acompanhar o alongamento do pescoço, mantendo o cavalo na mão. O movimento deve ser regular, sem precipitar o andamento.
    • O trote concentrado: o cavalo mantém-se na mão, com o pescoço elevado e arredondado, com a nuca no seu ponto mais alto. Os posteriores estão activos e debaixo da massa, permitindo uma grande mobilidade das espáduas. As passadas são mais curtas e enérgicas que nas outras variantes do trote, mas o cavalo apresenta-se mais ligeiro e manejável.
    Pequena descrição do movimento:
    Quando um cavalo se desloca, o seu dorso ondula em função da sua locomoção, em vários planos: para a frente (de cima para baixo, e de baixo para cima, no movimento para diante) para os lados, rolando da esquerda para a direita e da direita para a esquerda. O cavalo rola as espáduas e a garupa simultâneamente para lados opostos (quando as espáduas rodam para a direita, a garupa irá rolar para a esquerda, e vice versa). É a soma de todos estes movimentos que a amazona tem de absorver. Ela irá esforçar-se por amortecer os movimentos, ligando-se o mais possível ao movimento do cavalo conservando um contacto suave e permanente, de modo a ficar sentada o mais confortavelmente possível sem sofrer nem fazer sofrer ao cavalo nenhum traumatismo.

    O trote em amazona
    Como conseguir trotar eficazmente e confortavelmente em amazona? Através do jogo dos rins e da cintura. Amazona, pela sua posição particular, esta literalmente sentada na sela. Com ambos os fémures em contacto com a mesma. A articulação coxo-femoral está posicionada de uma forma muito mais natural que a  limita em termos de mobilidade. Esta está assim mais segura e equilibrada para abordar o trote sentado.Ela não tem de se preocupar com a descontracção das suas pernas, pousadas sobre, ou contra a sela tendo apenas de centrar a sua atenção no jogo cintura/rim.
    A amazona prepara a saída a trote, sem se esquecer de verificar que está em contacto com a boca do cavalo, os ombros ligeiramente atrás da linha das ancas, sempre estritamente paralelas aos ombros do cavalo, o calcanhar esquerdo baixo, o pé direito descontraidamente ao longo da sela, com a ponta puxada para baixo. O stick será colocado junto à cilha, para ajudar a impulsão. Uma vez que o cavalo terá executado a ordem, a amazona deve deixar-se levar, fazendo trabalhar o rim e a cintura para acompanhar o andamento. Ela deverá preocupar-se em manter as costas direitas, ombro direito puxado atrás, sobretudo à mão esquerda. Os joelhos fechados a volta dos ganchos ajudam-na a manter-se sentada na sela. Tal como na equitação "normal" a amazona deve seguir o andamento, em vez de o contrariar.
     

    Em sela! : O passo

    Pequena revisão teórica:
    O passo é um andamento natural, pois em liberdade é usado pelo cavalo para se deslocar.
    É um andamento simétrico, e marchado. Não há tempos de suspenção e há sempre pelo menos dois membros em contacto com o solo. É o andamento mais lento do cavalo, pode atingir velocidades entre os 4 e 7km/h.
    Tem as seguintes variantes:
    • O Passo  livre: passo de repouso em que o cavalo tem  liberdade para abaixar a cabeça e estender o pescoço.
    • Passo de trabalho: é o passo de um cavalo ainda pouco trabalhado e ginasticado. O passo é equilibrado e activo. Mantido relativamente na mão, o cavalo avança com passadas iguais, activas e elásticas, sobrepistando-se. 
    • Passo médio: A passadas são regulares e enérgicas, de extensão média. O cavalo deve transpistar-se. O contacto com a boca deve ser ligeiro, suave e constante.
    • Passo largo: o cavalo cobre mais terreno mantendo o ritmo bem regular, transpistando-se nitidamente. Há uma extensão do pescoço e da cabeça. A mão do cavaleiro deve seguir-la.
    • Passo concentrado: O cavalo está "na mão" com o pescoço arredondado, nuca no seu ponto mais alto e chanfro próximo da vertical. Os posteriores entram debaixo da massa. As passadas são enérgicas, mais curtas que no passo de trabalho, mas mais elevadas.  
    Este andamento é fácil para a amazona, pois a sua posição muito particular em sela força-a a acompanhar o movimento do cavalo. Tal como na equitação "normal" a ajuda principal é o assento. A amazona deverá esforçar-se por se ligar ao movimento para diante com o cavalo, e acompanhá-lo com o jogo dos rins e da cintura.
    O passo é por excelência o andamento da aprendizagem. Permite decompor o movimento passada a passada. Os grandes mestre da equitação clássica sabiam-no: nada é mais difícil do que a obtenção de um passo correcto. Também é o andamento que permite o aperfeiçoamento da posição e de exercícios do trabalho em duas pistas, e também o andamento do regresso ao calmo, e da descontracção no fim do trabalho. 
    Assim, durante a sua aprendizagem, a amazona principiante pode usar os momentos de passo para "reconstruir" a sua posição. Recolocar as pernas numa posição descontraída e justa, endireitar as costas, sentar-se de aprumo, orientar os ombros paralelamente com a coluna vertebral do cavalo. Um truque simples para ferificar o bom alinhamento dos ombros consiste em deixar cair o braço direito na vertical (sem largar o stick!) e verificar se esta pende ao nível da cilha de equilíbrio. Se a amazona estiver bem posicionada, colocará naturalmente a mão sobre o início da mesma.

    À falta de cavalo....

    A equitação em amazona não conhece fronteiras! Nem de disciplinas, nem de montadas...
    Pode montar em amazona caso tenha uma mula em vez de um cavalo...




    Uma avestruz...



    Ou até mesmo um boi!


    terça-feira, 20 de setembro de 2011

    Escaramuza : as Amazonas mexicanas

    A escaramuza é um concurso tipicamente mexicano, inspirado de manobras militares de cavalaria em que participam equipas de amazonas. Estas usam um traje e uma sela muito típicos, e altamente codificado. As faltas em relação ao traje, e sela usadas são severamente sancionadas. Divide-se em duas provas distintas. A primeira consiste em galopar rapidamente e para o cavalo na mais curta distância possível.
    
    A segunda é corrida por uma equipa de oito amazonas, e consiste na realização de figuras e manobras complexas em que se cruzam e realizam varias manobras, a grande velocidade, a escassos centímetros umas das outras. Este tipo de prova requer uma grande precisão e coordenação.
    A direita pode ver-se a sela usada pelas amazonas mexicanas
    Segue um pequeno vídeo de uma prova de escaramuza

    Em sela! : A posição da amazona

    A equitação em amazona, não escapa a esta regra: para uma boa equitação, é essencial uma boa posição! Além do aspecto estético (ninguem gosta de ver uma amazona ou uma cavaleira de costas curvadas!) uma amazona sentada correctamente é muito mais eficaz no emprego das ajudas, e está muito mais confortável, conseguindo acompanhar os movimentos dos cavalos com muito menos esforço.
     Para uma boa posição, a sela deve estar bem adaptada a morfologia do cavalo e da amazona (ver tópicos precedentes) Vista de costas, deve ser impossivel distinguir uma amazona de uma cavaleira. Deve sentar-se aprumada,  as suas costas devem estar perfeitamente direitas, a coluna vertebral da amazona sobre a do cavalo, os ombros perpendiculares à mesma. Rim flexível e activo para acompanhar eficazmente os movimentos do cavalo. Deve olhar para a frente, por entre as orelhas da montada, e não para baixo.  Como está sentada mais atrás do que um cavaleiro, deve segurar as rédeas mais compridas, com os cotovelos junto ao corpo. A coxa direita deve estar completamente em contacto com a sela, da nádega até a dobra do joelho, suportando o peso da amazona. Deve ter sempre a preocupação de manter a ponta do pé esquedo a apontar para baixo, e bem encostado à sela. A perrna esquerda desce naturalmente, puxada pelo seu peso que é suportado pelo estribo. Este deve estar regulado de forma a que se consiga passar os dedos entre a coxa e o gancho inferior. 

    As amazonas de antigamente e o circo

    Antigamente, as amazonas demostravam a sua habilidade e ousadia nos circos, aqui ficam algumas imagens:

    É de notar que, nesta imagem o cavalo não usa uma sela de amazona, mas sim um cilhão:
    Muito usado pelas ecuyères de circo da altura, pois estes davam a ilusão que a amazona montava sem sela.

    Para completar, aqui vai um pequeno vídeo:

    segunda-feira, 19 de setembro de 2011

    Em busca da sela perfeita: As medidas da amazona

    A sela deve estar adaptada à morfologia da amazona, para que esta se possa sentir equilibrada e montar sem cansaço ou esforço exessivo. 
    Primeiramente, devem verificar-se o comprimento e a largura do assento são convenientes. Para tirar as suas medidas, a amazona deve sentar-se bem direita no chão ou numa cadeira e medir a distância que separa a ponta da nádega até à dobra do joelho. Esta medida corresponde ao comprimento do assento. No caso de uma sela com o assento côncavo, deve medir-se seguindo a curvatura do mesmo.  Com o tamanho ideal, a amazona deve estar sentada no eixo da coluna vetebral do cavalo, a coxa direita bem apoiada na sela, com o joelho contra o gancho superior. A dobra do joelho deve estar dois dedos  após o gancho superior. A perna deve cair sobre a aba da sela, sem contrações.  Depois disso, deve assegurar-se que a largura da sela é conveniente. Para determinar essa medida, a amazona deve sentar-se no chão ou numa cadeira e medir a largura a nível do ìsquio.  Obtem assim as duas medidas principais. Resta a verificar que os ganchos são adaptados. Além da boa implantação a sela, os ganchos podem ser finos ou mais grossos, de curvatura mais ou menos acentuada.  Uma curvatura demasiadamente acentuada é o defeito mais comun. O médodo mais simples de compensar esse inconveniente é usando uma Queen. É uma espécie de almofadinha usada para "encher" a curva do gancho. É segura com uma meia, vetrap, ligadura... Este sistema permite endireitar a coxa de modo a conseguir um posicionamente no eixo perfeito.  Um gancho inferior demasiado curvo, demasiado fechado pode ser perigoso em caso de problemas, a amazona pode não conseguir "sair" dos ganchos e saltar do cavalo. A coxa esquerda, idealmente posicionada deve permitir a passage de uma mão entre ambas.

    domingo, 18 de setembro de 2011

    Em busca da sela perfeita: medidas do cavalo a ter em conta

      Saber tiras as medidas do cavalo são fundamentais para a compra correcta e racional de uma sela, que irá satisfazer as necessidades técnicas, de conforto e segurança de ambos. Pois as selas de amazona tem a particularidade de serem  mais compridas e pesadas do  que uma sela "normal"  É fundamental  que esta não magoe o cavalo. Para tirar as medidas do cavalo são necessários uma régua, um pedaço de cordel e um pedaço de arame facilmente moldável. 
      Abertura do garrote:
      Mede-se no seu ponto mais alto, como demonstrado no esquema:
       
      Coloca-se o arame no ponto mais alto do garrote, moldando-o à sua forma. Mede-se a abertura do V assim obtido. Uma sela com o tamanho correcto deve pousar-se no dorso do cavalo sem provocar pontos de pressão, estar nivelada, vista de perfil , o assento deve estar na horizontal.
      Uma abertura de garrote demasiado estreita, irá magoar o cavalo, dificultar a sua locomoção e poderá provocar dorsalgias a longo prazo. A sela não poderá repousar sem confortavelmente e não estará ajustada e equilibrada. Além disso uma abertura de garrote demasiado estreita irá inclinar o assento para trás, colocando a amazona numa posição inadaptada e desconfortável. Alem disso, essa má posição irá sobre carregar o rim do cavalo, o que não só aumentará o risco de dorsalgias mas também limitará a colocação dos posteriores debaixo da massa.
       Pelo contrario, uma sela demasiado larga poderá comprometer o equilíbrio da sela, pois esta poderá rodar facilmente. A abertura da sela sela entrará em contacto com o garrote, mas não estará obrigatoriamente em contacto total, o que pode causar pontos de compressão e dor. 
    
    Largura do vaso
    É frequente o esquecimento desta medida. Porém muito importante para o bem estar equino. Nas selas antigas, é frequentemente a fonte do problema para uma má adaptação. Segundo a gravidade do "problema" como por exemplo a existência de um ponto de compressão, é possível retirar um pouco do enchimento dos suadouros neste local. Mas caso o problema provenha da da curvatura do vaso, ou de medidas demasiado estreitas, a persistência não é aconselhável.

    A parte inferior do vaso de uma sela de amazona são mais compridas que numa sela "normal" e não é possível operar nelas modificações.  É esta particularidade que deve  ser tida em conta na escolha da sela adequada para o cavalo.
    Se um dos lados do vaso ou ambos comprimirem o cavalo, mais frequente a meio da espádua, pode originar com o passar do tempo contractura musculares e dorsalgias.







    Goteira
    A goteira é o espaço entre os dois souadouros,  que permite que a sela não apoie na coluna vertebral do cavalo. Esta deve ser suficientemente aberta para que a sela repouse bem no dorso, sem se apoiar nas vértebras. Em princípio recomenda-se uma largura de 7 a 10 cm. Uma goteira demasiada estreita pode ser modificada por um correieiro.
    Uma goteira demasiado larga é um defeito muito frequente das selas económicas. Durante as provas no cavalo, pode verificar-se a adequação da goteira de duas formas, posicionar-se atrás do cavalo, tendo previamente deixado ração ou um pouco de feno no chão. O cavalo irá baixar a cabeça para comer e ai pode verificar se consegue ver luz atravez da goteira. Outra forma é após a prova montada, retirar a sela e observar as marcas de suor deixadas pela sela. Estas não devem estar sobre ou demasiadas próximas da coluna vertebral, mas sim de cada lado.

    Comprimento da sela
    O comprimento da sela é importante para o cavalo, pois este não deve ser demasiado comprido nem repousar sobre o rim sob pena de provocar graves problemas de locomoção ou dorsalgias. Quando bem posicionada, deve permitir a boa movimentação da espádua e não repousar sobre o rim.

    
    sela de tamanh adequada
    
    
    sela demasiado comprida

    A busca pela sela perfeita

    À medida que a  Amazona progride, instala-se o desejo de possuir a sua própria sela, adaptada tanto a morfologia da amazona com à do cavalo.  Inicia-se então a por vezes longa busca pela sela perfeita. Existem várias formas de as encontrar. As mais comuns são as seguintes são: através de anúncios de selas em segunda mão antigas por renovar ou já renovadas, em que pode não ser fácil encontrar uma sela antiga que se adapte confortavelmente  ao cavalo, pois estas tem a particularidade de serem construídas a partir de vasos estreitos, de acordo com a morfologia dos cavalos montados na época. Devem privilegiar-se os modelos largos a nível das espáduas  e do garrote, pois é praticamente impossível operar modificações caso estes dois pontos se revelem demasiado estreitos.  O enchimento dos suadouros poderá ser adaptado por um correiero competente, para uma adaptação óptima ao dorso do cavalo. Evidentemente, todas estas modificações e renovações devem ser tidas em conta e pedem um orçamento à altura da despesa.  A compra de uma sela nova também é uma boa opção, deve poder escolher-se a largura da abertura garrote/espáduas, para permitir uma certa adaptação ao cavalo. Cuidado com as selas económicas de má qualidade! (ver post "A sela de Amazona") Pode optar-se pelos modelos mais recentes da zaldi,nomeadamente a sela "amazona caza" pois tem uma boa relação qualidade/preço. 
    Quer se escolha uma ou outra opção, há certos factores a ter em conta.  Como por exemplo, se esta vai ser utilizada exclusivamente num cavalo ou em vários. Caso monte exclusivamente um cavalo, deve logicamente optar pela sela que se adapta melhor ao mesmo. Se  se verificar a segunda situação, deve procurar uma sela com uma abertura de garrote e espáduas  médio a largo médio a largo. Pois com um padd, amortecedor ou suadouro espesso é possível compensar uma sela um pouco larga, mas não o inverso.

    Record Mundial de salto de obstáculos

    Em 1915, Ester Stace, originária de Yarrowitch quebrou todos os records de saltos de ostáculos em amazona, saltando 1.981 metros, com o seu cavalo Emu Plains, no Sidney Royal Easter Show, na Austrália. Este record mundial, nunca foi quebrado. Noventa e seis anos depois, Ester Stace e Emu Plains conservam a glória de terem sido, se não os melhores, os mais ousados.

    sábado, 17 de setembro de 2011

    A sela de Amazona

    Tal como não pode existir um cavaleiro sem cavalo, não ha amazona sem sela. A qualidade desta é extremamente importante para a segurança, conforto e do trabalho realizado. Quantas aprendizes amazonas desistiram, devido a dores e dificuldades provocadas por mau material? É por isso ,que é de extrema importância saber reconhecer uma boa sela de uma má. Hoje em dia, circulam via internet e(e nalgumas lojas) todo o tipo de selas ditas “económicas”das quais se deve fugir a sete pés!  A sua construção e material de fraca qualidade não possibilitam a prática de uma equitação segura e  justa. Seguem-se alguns exemplos comparativos em imagens:
    Ao centro encontra-se uma exeletende sela de marca inglesa, à esquerda e à direita da mesma modelos económicos. Na sela à esquerda, nota-se a má implementação dos gancho ( o superior demasiado voltado para a direita) , má conformação da aba e do enchimento dos suadouros. O modelo da direita, acusa um defeito gravíssimo que denuncia logo a fraca qualidade do modelo, e da ignorância de quem o constroi. A ponteira da cilha de equilíbrio encontra-se do lado errado e aponta para a garupa do cavalo, tornando-se completamente inútil. Deveria encontrar-se do lado direito e apontar para a frente, de modo a poder assegurar o equilíbrio da sela . A conformação da sela denuncia o vaso de sela normal utilizado para a sua confecção. A sela ao centro é bem conformada, o assento é plano, os ganchos são largos (modelo de"caça") e bem implantados, assegurando o conforto da amazona.



    À esquerda: sela de boa qualidade. À direita, a sela económica acusa os seguintes defeitos: gancho superior demasiado inclinado para a direita, a amazona não térá espaço para colocar a sua coxa. O gancho fixo esté demasiado aberto, a curvatura está demasiado alta para ser possível realizar uma chave de segurança correcta. Para além disso, está implantada verticalmente. Enquanto que numa sela bem conformada (imagem da esquerda) deveria fazer um angulo de 45graus.  



    À esquerda, sela correctament conformada. À direita sela de mau modelo: A goteira é demasiado larga, o que, com um cavalo possuindo um garrote mais saído, irá causa lesões no mesmo.Pode ainda provocar a rotação da sela para o lado esquerdo. O enchimento dos suadouros não está centradro o que compromente seriamente o bem estar do cavalo e a posição da amazona.

    É importante saber escolher bem a sela com que se vai montar, pois da qualidade desta, ainda mais do que na equitação "normal",  depende  o equilíbrio da amazona, segurança e boa posição.  Um bom material é a garantia de um bom trabalho, realizado em segurança, com conforto e prazer.